segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Lilly, nossa Alice


Lilly, remontagem da Alice no país da maravilhas.]Trabalho acadêmico que marcou, e vai ficar pra história!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Acabou... mas na verdade: Acabou de começar!!!


E o fim? É belo... incerto... depende de como você vê!!! Num é assim?! E eu posso dizer que agora é que iremos começar uma longa jornada, mais desafiadora, e definitivamente profissional!!! A felicidade? É certa! Porque chegaaa de estudar! Mas tudo que se foi vivido traz saudade... traz lembranças inesquecíveis! Frases marcantes! Pessoas queridas que vão ficar forever no coração! Amo mais que batatinha frita do Mc com sorvete!!! Amo vc´s! E despedida melhor? Impossíveeeel!!!! Hu gue gue gueaaaa! Mil e um parabéns pra vc pra Vivi!!! mtos abraços, beijos e risadas!
Conversas, gargalhadas: ahhhhhh! mto bom! amo amo amo! e o futuro, que é um lindo presente, que nos aguarde! todo mundo junto misturado!!! (espero q dure mtooo!) parabéns formandos!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Amanhã de manhã...


O cansaço é inevitável.

Ele sempre vem.

O que se pode fazer é superar, reanimar.

Pode parecer possível parar um pouco. Mas é necessário.

É preciso um lugar para chamar de seu...

É preciso alguma alegria, uma boa risada, e aquela gargalhada.

É preciso respirar e se sentir.

A dor as vezes dói por si só. E a fadiga se dá por não se ser, ser você sabe, do jeitinho que você é, gosta e se sente bem sendo.

O ser autêntico, incomum, auto-retrato e moldura de si mesmo.

E eu vou voltar, mas até lá, um "venha logo", porque o cansaço... cansa demais.

E que seja hoje, ou se possível amanhã de manhã, o dia da alegria, pra que a tristeza, essa tal, nem pense em chegar.

Por hora hei de dormir, não pelo descanso, mas por causa dos sonhos, desse fantástico, louco, interessante e completo mundo. Pra depois poder ver o amanhã, ai, que esperança!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Confissão A Uma Adolescente.



Hey você do outro lado do espelho!
Longos 17 anos se passaram! Agora o você adolescente é uma mulher!
Ah se você pudesse me ouvir... ou me ver!
Sabe... gostaria que você primeiramente tivesse mais calma! O mundo não vai acabar só porque você teve que sair mais cedo da festa!
E cuide do o que realmente tem valor... O que vai ficar pra você, ao teu lado, sempre, incondicionalmente, é aquela pessoa que você acabou de berrar antes de se retirar da mesa do jantar.
E pra quê ficar olhando horas e horas essa espinha na ponta do nariz? Ela vai sair, e outras virão! Mas um dia passa! Isso não é nem de longe algo muito importante!
Pare de se preocupar tanto com essas atrizes lindas, famosas e esculturais! Você não imagina, mas vai acordar do lado delas pra você ver, muito disso tudo é maquiagem, roupas perfeitas, cabeleireiros mágicos (nada que um bom secador e baby-liss não resolvam!), e bem... Muita técnica de edição de imagens, ou seja: Photoshop!
Você ainda é uma menina, e quando for uma mulher vai ter seus truques, seus charmes, seus encantos! E claro, direito a um dia se sentir, digamos, bonita! Mas é outra coisa que vai descobrir que não é nem de longe o mais importante! E cá entre nós... Meninas-mulheres, que não perdem a essência da juventude, são muito felizes, por causa da leveza na vida, e bem... Chamamos um tanto de atenção!
E a tal da paty lindona da sua sala talvez nunca ganhe valores corretos e bons como você vai, e precisa, ganhar. A vida não se resume a estética e aparência... O que você tem dentro do seu coração, da sua mente, enfim, na sua vida, valem muito, mas infinitamente, mais!
E eu sei, eu sei, ele só tem olhos pra ela! Mas sabe, aqui entre nós, meninos dessa idade não tem nada na cabeça, e dificilmente vão saber valorizar o que realmente importa, os olhos não vêem quase nada para ser sincera! E, hihihi, hoje em dia eles só pensam em vídeo-game, futebol, bandas iradas e aquelas brincadeiras bobas de meninos! Você está, deixe-me ver... Anos luz de maturidade na frente dele! Quando você descobrir isso, vai parar de sofrer a toa, mas olha, esse sofrimento tem sua importância, pra você saber se valorizar e saber que superação é possível, e mais: necessária! E pára de olhar pro cara mais popular e gato da sua turma, te garanto que o seu amigo, é ele mesmo, que senta todo dia do seu lado e comenta como você está bonita, mesmo você estando com aquela olheira, é... Ele sim eu recomendo pra você gostar, mesmo você não imaginando isso hoje! Caso não se imagine com ele então pense mais nos seus estudos mocinha! E menos em garotos, a hora vai chegar, e bem... Talvez os meninos um pouco mais velhos estejam com uma maturidade emocional um pouquinho maior! Mas eu entendo a vergonha de chegar neles! O melhor remédio é a amizade!
Quanto a escola... Bom, é importante sim! Você te quem estudar! Formar valores, conceitos, pensamentos... Mas pra ser sincera... aquela equação doida e de três páginas da sua nova matéria de matemática talvez, desculpe te informar, não seja útil! A não ser, claro, que você faça algo de exatas! Mas deixa isso pra depois... O importante é estudar! Se dedique mais ao que você realmente gosta, e eu sei que é exatas e artes, então não desista da profissão que você escolher, por mais difícil que seja, lute por ela! Quanto ao português... olha... Aprenda! Por mais chato e incoerente, pra quê tantos verbos? Eu sei! Mas tudo isso vai ser muito importante, principalmente para você escrever e se comunicar! Mim ter que escrever direito, sabe! Leia muito! E não ache chato! Pegue gosto! Sua mãe não insiste a toa! Vai fazer uma enorme diferença nos seus conhecimentos e na sua vida! Mesmo aquela literatura romântica que você lê que é uma beleza, a sim, você vai gostar disso até quando for mais velha! Água-com-açúcar são tão emocionantes! E isso vai te ajudar a escrever suas crônicas publicadas quinzenalmente! E mais uma vez, pense menos em garotos! Eles não vão acrescentar nada nessa época! Ainda mais nessa idade... 13 anos... E idade fatídica! Onde tudo acontece! Onde tudo é terrível! Onde os nervos estão á flor da pele! Onde tudo gira em torno do seu mundo! Onde ninguém te entende! Onde você é implica com tudo! Respire mais! Ache menos que o mundo gira ao seu redor e ali somente! Sabe o mundo é enorme, e existem bilhões de vidas nele! O seu mundo é seu e ponto! Mas ligue mais, tipo, para a natureza! E se revolte menos porque você ainda não pode dirigir, você nem sabe se realmente vai gostar! E tudo tem seu tempo. Sair mais cedo de uma festa, ou de uma saída com a turma não é trágico assim, pelo menos você volta de carro para casa, com alguém que tem muito amor e paciência, e põe paciência nisso, com você!
Por isso te repito: muita calma, ela é importante! Pense mais antes de falar, isso vai ser crucial. Falar o que não convém pode estragar para sempre laços importantes, ou te fazer perder seu emprego favorito, futuramente. E o que falam sobre nunca brigar com o chefe... É verdade! Sempre o respeite, e tente se mostrar o mais eficiente e sincera possível. Logo... pense em seus pais como seus chefes, apesar da amizade e carinho, e obedeça-os um pouco mais, eles querem seu bem!
Abrace, beije e passe bastante tempo com seus avós, ouvindo sempre as mesmas histórias, sempre vai ter novidade, e você vai sentir falta disso um dia. Dê muito carinho a eles!
E por incrível que pareça, quando você crescer, o que você mais vai desejar é voltar a ser mais nova, talvez quem sabe, criança!
E, por último... cá entre nós, porque isso ninguém mais sabe... Sabe aquele ator? O lindo, gato, maravilhoso, tudo de bom? Você ainda vai ser apaixonada por ele! Muito fofo né? Como cabe tanta beleza numa pessoa só! E bem... você ainda vai ter aquele super pôster que você pegou na locadora! E querida! Acredite: All Star ainda é o melhor calçado do mundo! E super na moda!
Já quantos aos outros fatos futuros... Bem! Você vai descobrir com o tempo!!! Mas que seu namorado vai ser lindo... Ah vai! E que coração! Se liga com o seu amigo que senta do seu lado hein!!! E seus amigos... cultive! São eles que vão ser seu abrigo, seu alívio e sua força, muitas vezes!!! E que risadas e bom.. gargalhadas maravilhosas!
Quem sabe quando você chegar aqui, aos 30, eu num volte a te encontrar...
Se cuide! E guarda bem o seu diário secreto hein! Você vai se divertir muito, mas muito mesmo, lendo ele daqui há um tempo! Sua trágica! Hihi!!!


segunda-feira, 2 de julho de 2007

O Eu do Outro Lado.


-Oi...

-Oi?

-É... tudo bom?

-Tudo! Te conheço?

-Não... por quê?

-Como assim por quê? Você me deu oi!

-Ah é! Então, tudo bom?

-Sim, tudo bom! Mas.. o que foi?

-É que eu queria uma informação!

-Se eu puder ajudar...

-É que eu to procurando...

-Procurando?

-É!

-Mas... Procurando o que? Ou... Quem?

-É o que eu também quero saber! Será que...

-Que?

-Que pode ser você?

-Num sei! Acho que...

-Bom... Talvez possa...

-Se você me disser para o que é!

-Eu só queria encontrar...

-Entendi! Então prazer! Sou o Encontrado!

-Prazer senhor Encontrado!!! Como é bom te encontrar! Sabe eu tava procurando e procurando, e não sabia o que procurar. Que bom que te encontrei porque assim quem sabe você num me ajuda e assim...

-Calma, calma! Então já que eu sou o Sr. Encontrado, vamos te encontrar, com certeza! Mas que tal você se apresentar?

-Eu sou a senhorita Felicidades!!!

-Prazer!!!

-Posso me sentar do seu lado?

-Claro! Agora me conte... o que há?

-Boa pergunta! O que há? O que não há? O que vai vir? O que vai ser? Eu não sei... não sei...

-Então procuremos respostas, cada uma no seu lugar, cada uma na sua vez! Você se perdeu?

-Acredito que sim... Mas a maior perda de todas...

-E qual foi?

-Me perdi de mim... Me perdi no o que sou... E fiquei lá atrás em algum lugar.

-É.. Isso não é bom. Temos que ser únicos, e para isso só sendo nós mesmos, sempre. Apesar de qualquer outro, qualquer perda, qualquer ganho.

-Aí é que ta, eu deixei de ser o que sou e agora não sei mais nada que tenho, que penso ou que quero.

-Você se perdeu em alguém?

-Talvez, mas sabe... Não, não... Acredito que deixei alguém me perder. E agora cabe a mim me encontrar... E você?

-Eu já quase me perdi uma vez... Mas eu fui firme, se agente se perder agente perde tudo. Porque, o que somos nós sem nós mesmos? Alma e matéria são um só. É tudo vital. É tudo agente.

-Aí é que está... Porém... E se...

-E se?

-E se eu for você?! É, digamos que por hora eu sou você! Oi eu!

-Mas assim você estaria se perdendo de novo...

-Mas tentando me encontrar...

-Mas você não deve se perder para se encontrar... Isso não é necessário!

-Que confusão, e quanto mas!

-Ninguém disse que seria fácil! E agora que os “mas” se tornem mais! E mais de você!

-Então a caminhada vai ser longa!

-Vai sim, mas não impossível. Principalmente se você tiver em quem confiar, e alguém pra te apoiar. E olha, pode contar comigo!

-Nossa... obrigada!!! Mas, de verdade agora... quem é você?

-Eu sou eu, você é você e do instante agora até adiante nós dois seremos nós! E juntos encontraremos você! Onde quer que você esteja!

-Mas eu não te interrompi seja lá o que estava fazendo?

-Nada nesse mundo é mais importante pra mim do que você!

-Você... você nem me conhece!

-Nem você se conhece! Então vamos te conhecer juntos! Prazer!

-Prazer!!! E obrigada por você ser você e estar aqui! Que bom que te encontrei!!!

-Você agora é parte de mim! Uma parte que não tinha... Mas que é muito bom ter!A cena se inverte e eu digo o mesmo!!! Agora eu posso e vou acreditar!

-Vamos então?

-Sim!!! Aí vamos nós, eu!

-E que seja completo mesmo enquanto não se completar!!! Aí vamos nós!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Os Dois - Final, sem acabar.


Ele sonhou que estavam juntos, abraçados, sorrindo, lembrando da tal goiabeira onde o primeiro toque de lábios muito úmidos e rostos suados haviam se encontrado, após uma bela escapada da escola. E onde haviam combinado muitas peripécias. Local também que servia de esconderijo quando provocavam os pais ou a vizinhança. Entretanto, no sonho, ela o beijou e disse adeus, pois precisava voltar para sua casa e para o seu novo amor.

Ela resolveu aguardar, poderia ir até lá no dia seguinte, afinal de contas, já estava anoitecendo, e talvez não seria muito seguro ir até um lado mais afastado daquela cidade. Pensou em se deitar mas como não sentia sono, resolveu ler um livro. Contudo achou na estante uma caixinha lilás, decorada com recortes de revistas, que sabia muito bem o guardava. Há quanto tempo não revia tudo aquilo.

Ele despertou. Viu o cair da noite e simplesmente quis viver, já que estava ali. Era o momento de ver como as coisas tinham ficado. Mas não sem antes passar na casa dela outra vez. Já não importava como ou com quem ela estaria, queria apenas rever.

Ela abriu a caixinha que guardava o passado. Fotos da casinha de madeira antiga, fotos das famílias, tão amigas, reunidas. Fotos dos dois, sempre sorridentes, sempre aprontando alguma coisa, desde pequeninos. Haviam também cartas que os dois costumavam trocar, quantas palavras intensas, sinceras e passadas. Quanta inocência, quanto amor: acreditavam que eram capazes de passar por tudo, sempre juntos.

Ele voltou, uma longa caminha, sabia que chegaria na casa dela bem tarde, mas não desistiu, precisava andar, precisava ir. Foi sorrindo, cantando cantigas antigas, lembrando, sentindo, imaginando como seria o reencontro, se é que realmente aconteceria.

Ela então pegou um pequeno embrulho, que nunca tinha aberto, foi o ultimo presente, do ultimo contato dos dois. Nem uma carta, num um beijo, nem um abraço antes de partir, só brigas e um embrulho, que ela se recusara a abrir. Viu que era a hora e abriu.

Ele passou por uma floricultura, mas não era aquilo que ele queria dar a ela, não nesse momento, queria presenteá-la com palavras, que já devia ter dito, e com sua presença, que se ausentou por um tempo longo demais. Estava chegando e uma crescente emoção se espalhou por seu peito. Será que ela tinha visto o seu ultimo presente? E será que tinha entendido?

Ela ficou o que pareceu horas olhando o conteúdo do pequeno embrulho. Seus olhos encheram de lágrima. Então era aquilo? Então ele na verdade não partiu porque não a queria mais, ou porque queria esquece-la... Talvez ele a amasse... E foi o que ela mais desejou, por mais que aquilo tinha sido a tanto tempo, foi o que ela desejou.

Ele desejou que ela tivesse compreendido que o presente não era covardia, mas que era um desabafar de palavras, em uma atitude, que na época ele não conseguira proferir. Quis gritar ao mundo o que sentia, mas só conseguia sorrir, sabia que tinha que dizer tudo o que estava sentindo, como uma explosão no peito, somente pra ela.

Ela lamentou o fato de ter demorado tanto para abrir, talvez pudesse ter o alcançado no dia em que partiu, e talvez tempo algum os tivesse separado. Mas talvez... Quem sabe, o tempo tivesse sido necessário? Entretanto, como poderia revê-lo? Resolveu se arrumar para ele, onde quer que ele estivesse, queria estar bela como nunca, ele merecia essa pequena dedicação.

Ele então, finalmente após tantos anos, chegou. E ficou ali parado. Resolveu que não ia tocar, por que um interfone estaria entre os dois? Resolveu cantar uma canção, que completava os dois, que era dos dois. E cantou-a ali, no meio da rua deserta, como se só existissem os dois.

Ela estava linda e radiante, quando, não sabia como, talvez uma travessura de sua mente, ela começou a ouvir aquela canção de tanto tempo atrás, que era a canção dos dois... Como poderia? Sorriu, estranhou e sentiu um pavor aconchegante no peito... Seria possível? Não... não poderia! Ela estava realmente ouvindo isso? E ainda mais... aquela voz, talvez mais grossa, mais encorpada... Mas era a mesma voz... Ela conhecia essa voz.

Ele continuou cantando com um certo nervosismo no peito, ela estaria ouvindo? Ela gostaria de ouvir? Mas ele não parou, cantou olhando para a única sacada do segundo andar, tinha que ser a dela.

Ela quis chorar, mas de inebriante felicidade, não sabia como, mas sabia que era ele... E correu para a varanda. E então... O viu. Lindo, forte, agora um homem. Era como num sonho, era uma visão... Era grande demais para caber num peito só. A lágrima rolou. Uma paz, um abrigo e a crescente felicidade a acolheram. Ela queria ficar ali o observando para sempre, se fosse sonho não tinha como acabar.

Ele sorriu, tomado por uma alegria que ele tinha certeza que iria explodir seu peito e irradiar a cidade. Ela estava muito mais bela, enfim deixara os lindos cabelos castanhos crescer do jeito que ele sabia que combinaria com ela. Estava tão formosa, porque estava enfim uma mulher. A emoção era tamanha que não conseguiu mais cantar. Só olhava sua amada, ali parada diante dele. Trocaram olhares que disseram tudo o que sentiam. Olhares que se compreenderam, olhares que se pediam perdão, olhares que se amavam. E se viram como nunca tinham se olhado antes.

Ela quis descer, ele quis subir, e os dois deram gostosas e ansiosas gargalhadas. Ela pediu que o esperasse lá embaixo. Ao correr viu de relance no espelho o presente de seu amado e parou... Será que deveria descer usando-o? Ou será que ele iria achar que era muita pretensão? Resolveu o levar então no bolso do casaco.

Ele não conseguiu segurar a saudade e assim que se viram tão pertinho, a envolveu em seus braços, num abraço que parecia não ter fim, que parecia os afogar num momento de puro êxtase, carinho e falta. Quando se soltaram trocaram os mais fogosos e saudosos olhares. E deram as mãos.

Ela tentou lhe falar, mas ele já havia começado. Palavras que somente os dois podem saber, e que somente os dois podem sentir. Mas a certeza é que foram palavras de longos anos de espera, de saudade, de crescimento, de amor, de carinho, de paz. Uma enorme paz, porque estavam ali, se falando, e agora trocando as palavras que tanto aguardaram, os dois, trocar.

Ele e ela, os dois, se acharam, se tiveram. E ansiosos perguntaram como que iria ser, se poderiam estar juntos, e descobriram que sim, já que sempre se pertenceram. Agora estariam pra sempre juntos, apesar de qualquer coisa, saberiam superar, saberiam se ter. Sabiam das dificuldades, mas nada era maior que o amor que sentiam um pelo outro, amor que agora tinha amadurecido, criado uma forma real, e estava acompanhado de calma, confiança, entendimento, amizade. Não havia mais vaidade, nem soberba, nem orgulho. Um amor completo, verdadeiro, que jamais iria acabar, pois amor assim não tem fim.

Ele quis ter aquele embrulho que tinha dado a ela ali em suas mãos, e viu que ela pegava algo no bolso. Não pôde acreditar quando viu o que era. Lembrou-se que sua avó que tinha dado, para que ele o desse especialmente para o grande amor de sua vida, era lindo como ela merecia. Sorriu, pegou da mão dela e a beijou.

Ela percebeu, e não entendia como, ainda não tinham se beijado. Aqueles lábios que não eram como o de nenhum outro, porque ali havia amor, puro e verdadeiro. O primeiro, e o ultimo. Para ela: o único. Saberia que dali viveria um grande e esperado romance, com ele.

Ele colocou então, o lindo anel de noivado, no dedo dela, pois, era isso que os dois realmente queriam. E ficaram ali, se admirando, sonhando com o que viria, e contentes por estarem ali juntos... Tinha se passado tanto tempo.

Ela o abraçou. E eles subiram, para um outro nível, agora eram mais que um casal, porque além de dois, agora eles eram um. Um só coração, um só amor. Será que eles se casaram? Será que tiveram filhos? Será que viveram para sempre em paz? Sabe-se que a vida nos prega peças, e que às vezes fazemos escolhas erradas, mas eles agora não iriam desistir desse amor por nada. E o mesmo nada iria interferir de modo que pudesse dar um novo fim a esse amor. E o futuro? Que cada um faça o seu, já que eles tiveram o deles. Mas que aconteça. Que seja. Que venha. É preciso força, coragem, confiança, sonho, fé. E assim eles tiveram o final feliz deles, um final que ainda não acabou, mas que eles buscam com toda certeza o tal do se completar e se ter para sempre. E agora eu digo: fim, mesmo sem acabar.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Os Dois - Parte 2


Ele no caminho sentiu um leão em seu abdômen, mas de um jeito louco e engraçado deveriam haver milhares de borboletas ali também, rodeando o tal leão. Era um mistura de sensações, claro que todas muitos boas, e bem, a hora estava chegando.

Ela sentiu que a hora já havia chegado, e entrou. Viu todos os olhos presentes a observando, mas sentiu falta apenas de um olhar em especial. Tirou isso da cabeça na mesma hora, e começou a andar, lentamente, para o altar.

Ele se viu diante do lugar, onde soubera através de um antigo amigo, que agora ela estava morando. Um prédio que era a cara dela: aconchegante, arrojado e bonito. Ele tocou no número 21.

Ela ainda estava caminhando, mais lentamente do que esperava, e naqueles minutos, que pareceram horas, permitiu passar a vida em sua mente. Momentos agradáveis, lindos, intensos. E sempre com um alguém ao seu lado. Pelo menos um sempre que era a partir do momento em que os dois haviam se conhecido.

Ele aguardou ansioso, lembrando de um dia especial onde ela dissera que o amava, ele já tinha dito a ela há algum tempo, e então ela confirmou para ele que era amor eterno, que mesmo que desbotasse ou passasse seria para sempre, porque era verdadeiro.

Ela pensou: “Por que você não me procurou mais? Por que você sumiu?”. E se lembrou do ultimo momento juntos, da briga, das declarações, da raiva indevida e da falta de maturidade de ambos.

Ele estranhou a demora. E sentiu o coração apertar. Será que não estava mais ali? Seria esse um sinal, ou um aviso de que ele demorara demais? Uma tristeza o ocorreu, como poderia ter ido mais cedo se a compreensão, o amadurecimento e o tempo tinham sido necessários para tudo se encaixar e ficar real.

Ela chegou ao final do caminho. E o outro lhe sorriu. Ela retribuiu o sorriso, mas de forma enojada pensou que o sorriso não era o mesmo que ela costumava sorrir para aquele que sumiu. Não era tão verdadeiro, e inclusive, não era tão feliz. Mas... e agora?

Ele não queria desistir, não podia. Ele tocou novamente, e esperou, como se aquele momento fosse uma eternidade. Não entendia a demora, mas tinha esperança.

Ela ouviu palavras até chegar o ponto onde quem deveria falar era ela. Sentia-se grandemente desencontrada, porque esses sentimentos passados? Logo agora... será que... não seriam tão passados assim?

Ele então percebeu que talvez, de uma maneira incrível, aquele não era o momento, e talvez... nunca tivesse sido. E se ela já estivesse com outro, com outra vida totalmente diferente? Sentiu medo... e recuou.

Ela respondeu. Não o que sempre sonhara, da forma que sempre desejara, àquela pessoa que dominava seu coração. Foi uma palavra curta, emocionada, triste. Seu par não compreendeu, muito menos as testemunhas presentes.

Ele saiu andando pela tal cidade que ele abandonara. O tempo estava tão agradável, um sol bonito e aconchegante brilhava no céu dessa cidade. Seria tão bom poder passear com ela e simplesmente conversar, ouvir sua voz.

Ela largou o buquê e saiu, não mais devagar como tinha sido, mas rapidamente, passos largos que se tornaram uma corrida desenfreada e sem rumo. Queria ir aonde quer que seus passos a levassem. Queria poder parar de viajar em pensamentos e simplesmente descansar, ou quem sabe acordar... Teria isso sido um sonho?

Ele resolveu que talvez fosse tempo de voltar, afinal de contas, desde o fatídico dia em que se separam, ele saiu numa busca por si mesmo através do mundo, entres tantos lugares que acrescentaram valores, confiança e um auto-conhecimento incompleto, já que faltava o convívio e a presença de seu grande amor.

Ela chegou à praia. Um lugar querido, que lhe trazia calma, paz, encontro. E resolveu ficar ali. Sentou-se à beira e quis se ver, se sentir. Nada mais era claro ou seguro. E as lágrimas a estavam seguindo fielmente havia um bom tempo. Só desejava ficar ali, consigo mesma.

Ele encontrou um banco numa praça, onde pode rever sua vida nesses últimos longos anos. Tentara, era verdade, ter outros amores, em outros braços, achar outros sorrisos, se encontrar em outros passos... Mas não conseguiu. Ela tinha sido o maior, seja o que quer que todo aquele turbilhão de sentimentos e emoções tivessem sido, ela tinha sido o maior.

Ela viu que o tempo estava passando, mas que não podia ficar ali pra sempre, até porque isso era fugir, e ela não queria, agora estava voltado a si, em momento algum magoar o outro, ela só queria se encontrar e poder ser feliz. Entretanto não queria que isso fosse a infelicidade do outro.

Ele pensou em talvez regressar... E finalmente voltar a ter um lar. Mesmo que fosse sem ela, talvez o fato de voltar o confortasse de alguma forma. Mas pensou que não seria justo impor a presença dele na cidade que agora, talvez, fosse dela, tipo um território – “Eu parti há tanto tempo atrás...”

Ela viu o outro. Ali. Parado a observando. E pensou quanto tempo realmente passara e a quanto tempo ele realmente estava ali. E o outro caminhou em direção a ela, que sentiu um grande aperto dentro do peito. O outro se agachou ao lado dela.

Ele pensou em rever. Estava ali para enfrentar seu coração, e estar com ela, mas já que não tinha sido possível pensou em rever os seus que tinham ficado ali naquela cidade. Mas se deu conta de que bem... Não estava preparado para rever os outros, somente ela, aquela que tanto desejara.

Ela olhou para o outro, que ao invés que raiva trazia ternura no olhar. E lhe sorriu um sorriso calmo, compreensivo, amigo. Ela não pode se conter e viu novamente as lágrimas em seu rosto. O outro tentou enxugar mas ela já estava em seus braços, numa atitude que buscava consolo e ao mesmo tempo pedia perdão.

Ele sorriu, havia tempo que não se achava em duvida, que não sentia que não sabia o que realmente fazer. Resolveu então que estava com fome, e que se lembrava de uma certa goiabeira, onde os dois costumavam subir e passar horas. Foi até lá.

Ela conversou com o outro. E viu que por mais difícil que fosse o outro a perdoou, e que não iria guardar ressentimentos, queria que ela fosse feliz, e queria também ser feliz, e como poderia se na verdade não iria casar-se com o total dela. De que servia ter partes? Descobriram então que eram grandes amigos, grandes ombros, e que poderiam se ter para sempre nesse sentimento.

Ele se achou naquele lugar que não via há tanto tempo. Pegou algumas goiabas, e naquela árvore cheia de histórias ele adormeceu.

Ela já estava em casa. O outro a acompanhou prometendo que finais não precisam ser feios ou ruins. Ela desejou que nunca tivesse ocorrido o fim com ele. O outro a beijou no rosto e se despediu dizendo um “Até logo!”. Ela apenas sorriu. Após um longo banho se trocou e ao invés da cama, caminhou para a varanda e de forma engraçada se lembrou de um lugar que gostaria de ir, uma antiga goiabeira cheia de histórias.

[continua]